domingo, 23 de junho de 2013

Oi. Eu voltei.



Pois é. Eu sumi, não foi? Muito tempo sem postar aqui, sem aparecer no face, no tumblr... Enfim, foi por um motivo muito grave. Bem grave, na verdade.
Em uma bela quarta - feira à noite eu estava normalmente usando o computador e comecei a sentir pequenas dores em minha barriga. Achei que não fosse nada, apenas cólicas ou frescurice do meu estômago por eu ter comido muita besteira naquele dia. Achei que fosse passar, mas não passou. Na verdade a dor só aumentou. Me deitei na cama e comecei a massagear minha barriga pra ver se passava e... Não passou. Na verdade piorou e eu comecei a vomitar e vomitar sem parar. Tomei tudo quanto foi remédio e nada. Até que no auge da mais profunda dor eu pedi para me levarem ao hospital (e eu odeio hospitais, mas foi preciso).
Chegando lá a dor continuava e muito mais forte. Colocaram soro na minha veia depois de inúmeras tentativas (sim, minhas veias estouram do nada). Até que a dor aumentou mais uma vez e eu desmaiei. Quando acordei a dor tinha diminuído, pois tinham me dado um baita remédio, daqueles super fortes que tiram a dor, mas também trazem aqueles efeitos indesejáveis como tontura, moleza e delírios. Sim, delírios. 
Adormeci e acordei numa ambulância. Me transferiram para um outro hospital. Nem sabia mais onde eu estava. Chegando lá, mais soro, mais veias estourando e uma porta com aquela sigla bem grande estampada: CTI. Minha família não poderia ficar mais comigo, então entrei naquele lugar acompanhada por vários enfermeiros, médicos e outros pacientes que por sinal eram muito mais velhos e estavam em um estado pior que o meu. Fiquei quietinha na minha cama... Até que veio aquela frase de um médico: "A veia dela é frágil... Teremos que fazer um acesso profundo." O que seria acesso profundo? Eu descobri. Colocam anestesia local em alguma parte do seu corpo (no meu, foi perto do pescoço), abrem e colocam um bagulho lá pro soro não sair mais daquela veia. Doeu? Um pouco, aquela anestesia é boa. O nervoso que dá é o pior de tudo. Ver aquele médico abrindo lá no sei o que e sangrando... E coloca aquele ferrinho com aquele soro e tal... Eu sei que se não fosse o enfermeiro me distraindo eu teria desmaiado de novo. Anoiteceu, não sei, acho que sim, não sei se era mais noite ou dia. Só ficava ouvindo aquele barulhinho daquelas máquinas que ficavam observando o batimento do meu coração... Os eletrodos. Fiquei com vários deles no meu corpo. Aquilo me irritava. Quando eu sentia vontade de ir ao banheiro tinha que chamar um enfermeiro e esperar sua boa vontade para tirar o meu acesso, os eletrodos e mais aquele monte de fio pra aí sim eu poder ir ao banheiro em paz. Quando voltava, tinha que colocar tudo de novo... Era cansativo.
Naquela noite uma senhora que estava ao meu lado faleceu. Eu acordei com o falatório dos enfermeiros e vi um deles fazendo aquela massagem cardíaca nela... Até que veio uma enfermeira e fechou minha cortina. Disse que não era bom eu ver aquilo, pois ficaria impressionada. Eu já tinha visto. Ela tinha falecido. Uma senhora faleceu bem na minha frente.
Os dias se passaram... Minha família só tinha uma hora de visita. Quando eles iam embora eu chorava muito. Estava me sentindo sozinha. Meus amigos não sabiam que eu estava naquela situação. Queria usar o celular, mas no CTI era proibido. Estava me sentindo presa, não tinha nada pra fazer. Eu apenas rezava e lia. Pedia a Deus para me tirar logo daquele lugar. 
Fiz amizades com alguns enfermeiros e eles me deram uma informação: "Carol, pede transferência desse hospital. A ala cirúrgica daqui não é boa.". Eu estava com pancreatite aguda. No meu caso, foi genético. Meu pai ou minha mãe tiveram esse probleminha no pâncreas e eu acabei tendo também. Precisava fazer uma endoscopia para tirar um cálculo que estava no pâncreas e depois de algum tempo uma cirurgia por meio de vídeo para tirar minha vesícula. É, era grave mesmo. 
Falei para minha família o que meus amigos enfermeiros tinham dito. A preocupação foi total e eu também não estava me sentindo bem naquele hospital. Sei lá, algo me dizia que ali não era um bom lugar. Até que minha irmã com muito sacrifício conseguiu uma transferência para um hospital bem melhor. Me despedi dos meus amigos enfermeiros e fui para o outro hospital.
Chegando nesse novo lugar, fui para o CTI mesmo. Tiraram aquele acesso e fizeram outro, dessa vez no meu pescoço. Esse foi mais sofrido. Minha veia estourou um monte de vezes e eu fiquei nervosa, pois enfermeiro, médica e um outro médico não tinham conseguido. Até que esse médico tentou de novo e depois de muitas lágrimas minhas, ele conseguiu. Que sufoco!
Fiquei dois dias nesse CTI e depois fui para o quarto. Que alívio. Eu podia ver Tv, eu podia usar o celular e o mais importante de tudo: O tempo para ver minha família era muito maior. Mesmo assim quando eles iam embora, eu chorava. Me sentia muito sozinha.
Fiquei feliz por que uma certa pessoa que eu gosto muito estava se preocupando comigo. Depois a gente brigou, ele me disse umas coisas horríveis e que me deixaram super triste, mas algo me dizia que não era verdadeiro o que ele disse. E algo não me deixa desistir. Sou guerreira e não vou desistir dessa pessoa, vou lutar enquanto puder.
E eu fui fazer a tal endoscopia. Demorou mais esperando do que o procedimento. A anestesia geral entrou, o médico falou: "Você vai entrar num sono profundo..." e eu apaguei. Não lembro de mais nada. Acordei com a minha irmã perguntando se estava tudo bem e eu só consegui responder: "Mas já acabou? Foi tão rápido...".
E enfim eu estava melhorando e recebi minha alta! Foi o momento mais feliz que eu pude viver. Saí daquele hospital com um sorrisão, camisa do Guns, óculos escuro e lágrimas no olhar. Eu tinha vencido mais uma fase. E vou ter que vencer outra, pois ainda não acabou. Ainda tem a tal cirurgia daqui a alguns dias... Deus vai me proteger e tudo vai dar certo. Até lá eu me cuido, como coisas saudáveis e me viro com barrinhas de cereais e suco de laranja.
To melhorzinha, vou voltar pra facu, vou voltar a postar aqui quando der e... Esse ano está sendo difícil pra mim, mas estou me surpreendendo com minha força de vontade e o nunca querer desistir. Fé sempre!




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